12 de junho de 2008

Protestos dos Camionistas no IP4

A viagem de protesto, em marcha lenta, entre a Zona Industrial de Vila Real e o Alto de Espinho, começou com apenas duas dezenas de camiões. No entanto, durante horas, outros pesados foram-se juntando, no IP4, chegando a atingir as duas centenas de veículos parados, contra os sucessíveis aumentos verificados no preço dos combustíveis. Os camionistas prometem voltar à carga, hoje ou amanhã, caso o Governo continue “inflexível”. 

Várias empresas de transportes vila-realenses aderiram ao protesto nacional contra o aumento dos combustíveis do dia 9, numa marcha lenta que acabou por levar mais de 200 camiões a estacionar, até perto da uma hora da manhã, junto ao nó de Arrabães, em pleno Itinerário Principal 4 (IP4).

Pouco faltava para as 16.30 horas, quando cerca de 20 viaturas pesadas partiram da Zona Industrial de Vila Real, numa marcha lenta que passou pela Auto-Estrada número quatro e culminou com um acumular de veículos pesados, no IP4, o que, durante mais de seis horas, condicionou o trânsito.

“Chegaram a juntar-se 250 camiões”, garante Rui Floriano, um dos organizadores da iniciativa de protesto, garantindo que a acção vai repetir-se, “Quinta ou Sexta-feira”, caso não se chegue a um acordo com o Governo.
Segundo o empresário vila-realense, os camionistas concentraram-se na zona de Arrabães, deixando passar apenas os carros ligeiros, sendo que muitos pesados “fugiram” ao protesto, pela Estrada Nacional. 
Rui Florindo é proprietário de uma empresa de transportes que conta com uma frota de 42 camiões, dando emprego a 52 pessoas.

“Desde Janeiro, os prejuízos já são mais de 12 mil euros”, explica o empresário, relatando, ao Nosso Jornal, que, mensalmente, a empresa “consome” cerca de 250 mil litros de combustível.
Com 80 por cento da sua actividade direccionada para Espanha, França e Holanda, Rui Floriano frisa que, mesmo “abastencendo sempre em Espanha”, a situação “está muito complicada”. 
“Sem dúvida que empresas de menor dimensão sofrem mais e algumas estão mesmo em risco, devido aos sucessivos aumentos do combustível”, lamenta o vila-realense.

Paulo Pinto, proprietário da empresa de transportes internacionais “Marão TIR”, sediada em Lamego, também um dos responsáveis pela organização da marcha lenta, sublinha, mesmo, que “a profissão está em risco”. 
“Somos discriminados e perseguidos, em toda a Europa”, testemunha o empresário, cuja empresa (que já era de seu pai) é detentora de, apenas, um camião.

“Estou a tentar subsistir”, garante Paulo Pinto que, apesar de, como recorda, ter “crescido num camião”, não põe de parte a ideia de mudar de profissão.
Até à hora de fecho desta edição, mantinham-se os protestos, tendo sido mesmo garantida a continuidade da paralisação das empresas de transportes de mercadorias, a nível nacional.
De acordo com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), entre Janeiro de 2007 e finais de Maio deste ano, o combustível aumentou 50 por cento.

Fonte: A Voz de Trás os Montes

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