8 de junho de 2008

Regionalização = Descentralização

A Regionalização é um tema com 33 anos. As regiões administrativas estão estipuladas na Constituição desde 1975 sem nunca terem sido postas em prática. De entre tantas outras problemáticas tem-se assistido, nos sucessivos governos, ao barramento de soluções que podem resolver o excesso de despesa e a lentidão de decisões da administração pública assim como diminuir as assimetrias entre o litoral e o interior.

O Bloco de Esquerda de Vila Real defende a Regionalização como factor fundamental para fazer face à “litoralização”, combatendo o “interioricídio” e o centralismo de poder de decisão. Pretende-se um país de equidade territorial, assim como proporcionar uma maior aproximação e participação da população na definição das políticas regionais.

Combater o centralismo significa eliminar o sistema de decisão à distância em que decisões públicas relativas a problemas locais ou regionais são tomadas pela administração central, por pessoas que se pronunciam e decidem sobre matérias específicas de uma determinada região e população que desconhecem.

Com a regionalização determinadas decisões locais seriam tomadas por deputados regionais, directamente eleitos pela população, que adquiririam competências actualmente concentradas no Terreiro do Paço. E porque descentralizar é também desburocratizar, esta alteração iria diminuir os tempos de reacção e decisão e ainda permitir que as decisões sejam tomadas por pessoas com um melhor conhecimento da região e das necessidades da sua população, permitindo ainda uma maior participação do cidadão na definição de políticas públicas.

Quanto à divisão regional, esta deve respeitar a homogeneidade, o sentimento de pertença das populações mas também as características sociais e económicas das diferentes regiões. Desta forma, e procurando respeitar a lógica de descentralização, não devemos cair no erro de criar novos núcleos centralistas. O Bloco de Esquerda de Vila Real entende, assim, que a criação de uma região administrativa Norte onde se junta Trás-os-Montes e Alto Douro, o Minho e a Área Metropolitana do Porto é um erro no sentido em que se estariam a unir regiões social e economicamente distintas levando a que determinadas decisões públicas, quando tomadas na globalidade da região, não sejam do interesse ou não tenham em conta as especificidades dos diferentes locais, mantendo ainda o sub-centralismo do Porto.

Queremos a descentralização de decisões também na altura de decidir o “mapa” da regionalização. Não somos localistas queremos sim uma Regionalização verdadeiramente descentralizada.

Urge portanto reflectir a pertinente Regionalização em Portugal como forma de devolver mais população a cada vez mais decisões, a tal democracia.

BEVR

2 comentários:

Jose Silva disse...

Caros amigos,

Dizer que o Porto está sedento de Poder e que iria tratar TMAD como Lisboa vos trata revela ignorância, má fé ou ambas.

PF procurem no NOrteamos, a origem dos autores que tem defendido TMAD contra Lisboa.

Já agora, não se esqueçam de procurar no Norteamos as nossas propostas de reactivação da linha do Douro.

Anónimo disse...

Caro José Silva,

Obrigada pelo comentário. É importante que se opine, se discuta e se partilhe informação sobre a Regionalização. Mais importante ainda, que se traga o tema de volta à "praça pública".

Quanto ao seu comentário, devo dizer que a expressão "sedento de poder" é propositadamente exagerada para chamar a atenção para um problema que não pode negar que surja, que é a criação de novos "sub-centralismos" dentro das regiões o que seriam perfeitamente normal que isso acontecesse. Mas nós Bloco de Esquerda Vila Real gostaríamos de ver Trás-os-Montes e Alto Douro livre de qualquer centralismo sufocante. Sem com isto querer lesar directamente o Porto.

 
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