17 de dezembro de 2008

Bloco/Vila Real alerta para problemas urbanísticos e ambientais

O Bloco de Esquerda alertou, em conferência de imprensa, para os graves problemas urbanísticos e ambientais que envolvem a cidade de Vila Real e o distrito.

Depois das propostas apresentadas pelo Bloco de Vila Real ao PIDDAC/2009 que incluíam medidas de intervenção no "hotel do parque", no Bairro dos Ferreiros e nas pedreiras que descaracterizam a paisagem do nosso distrito sem requalificação, serem irresponsavelmente reprovadas pelos deputados dos partidos PS, PSD e CDS, o Bloco de Esquerda realizou uma conferência de imprensa onde alertou para a urgência de intervenção e resolução destes problemas.

A falta de transparência que tem conduzido todo o processo do mamarracho do hotel do parque foi o primeiro aspecto a ser realçado. Os panos publicitários expostos no edifício levam os vila-realenses a julgar que ali se irá instalar um hospital privado, mas sérias dúvidas são levantadas quando por trás deste projecto está a Empresa Existence e o projecto Ofélia Club que tem investido em vários projecto noutras cidades, como Penafiel e Abrantes. Estes projectos referem-se a residências de luxo para a 3ª idade com assistência médica e não a simples hospitais privados. A pergunta impõem-se: Afinal o que será do edifício do hotel do parque, um hospital privado ou o Ofélia Club?
A autarquia apresenta, assim, o projecto para o edifício de forma pouco clara, passando para a população a imagem de um futuro hospital privado como trazendo benefícios públicos e para todos, para depois, afinal, tratar-se de um empreendimento privado de luxo direccionado e trazendo benefícios só para alguns.

A pouca clareza deste processo passa também pela falta de informação que a câmara municipal faz chegar aos vila-realenses. Nas últimas declarações do Presidente Manuel Martins (bastantes infelizes na forma como se dirigiu à deputada Alda Macedo) foi dito que teve uma reunião com a CCDRN, mas não adiantou mais nada. Sendo este um problema que afecta a população de Vila Real há quase 3 décadas, o Bloco considera que os vila-realenses, para além de terem o direito, merecem saber o que se passa e se de facto se passa alguma coisa.

Houve, ainda, quem acusou o Bloco de Esquerda de ter cometido incorrecções técnicas, o próprio presidente da câmara Manuel Martins acusou o Bloco de "não saber a missa a metade" apesar da deputada Alda Macedo o que apresentou no parlamento foi exactamente um pedido de esclarecimento. Estas acusações são, também, facilmente justificadas com o comportamento de restrição de informação por parte da câmara municipal, é de salientar que o Bloco de Vila Real dirigiu-se à câmara municipal a solicitar o acesso ao processo público do mamarracho, no entanto o acesso foi recusado. Portanto, respondendo ao presidente, o Bloco exige saber a missa toda.

Em relação ao Bairro do Ferreiros o Bloco de Esquerda fez um trabalho de auscultação dos moradores do bairro que se mostraram muito preocupados com a situação do mamarracho, lamentando a falta de informação que recebem da câmara municipal, sendo esta a zona que é mais afectada pelo edifício do hotel do parque. É ainda de interesse acrescentar o profundo desagrado que os moradores mostraram relativamente à intervenção do polis naquela zona, que mais não foi que uma operação de cosmética, não resolvendo os problemas cruciais do bairro.

As pedreiras são mais uma das grandes preocupações do Bloco devido ao enorme impacto que estas causam na paisagem do distrito, que resulta da exploração anárquica e muitas vezes ilegal desta industria. O Bloco exige que a lei seja cumprida aquando do abandono das explorações. Sabendo que compete à industria requalificar a paisagem quando a exploração acaba. O Bloco pretende, portanto, um estudo de monitorização ambiental como ponto de partida para apoiar a industria das pedreiras a cumprirem a lei e manter a importância económica desta actividade para a região.

BEVR

1 comentários:

Anónimo disse...

Como munícipe atento, tenho seguido com apreensão todo o processo do edifício "hotel do parque", e congratulo-me com os esforços do Bloco para o esclarecimento desta questão, que se arrasta incompreensivelmente no tempo. Penso ser revelador de incapacidade de gestão e/ou poder de decisão, por quem de direito, o facto de nenhuma utilidade ter ainda sido atribuída a tal estrutura. Esta apatia face a tal oportunidade deve ser mitigada. O interesse publico deve ser garantido.
Quanto à questão das pedreiras, a questão ambiental é muito sensível, assim como a questão económico-social, uma vez que são um pilar de emprego e rendimentos para a região. Penso por isso que a solução para os impactos ambientais deve envolver directamente os principais intervenientes, os proprietários das pedreiras, devendo ser a comunidade a reconhecer as boas práticas, estimulando assim pela positiva o cumprimento dessas boas práticas. A extracção de rocha é uma das mais valias que o nosso território tem para oferecer, não podemos deixar que condicione as outras oportunidades. Os serviços de produção de um território são importantes, mas temos também que aproveitar os serviços de regulação (protecção ambiental), serviços culturais, e serviços de suporte (indispensáveis para os outros três). Apenas com um ordenamento do território sério podemos maximizar todas as potencialidades do nosso território.
Bem hajam.

 
subir Free counter and web stats