Sendo prática corrente desta autarquia desinformar para afastar a população da participação na discussão e resolução dos problemas da sua cidade, e tendo assim a câmara falhado na sua obrigação de informar com clareza os vila-realenses sobre o verdadeiro projecto que pretende implementar no “hotel do parque” e das alterações que pretende efectuar na Av. 1.º de Maio, o Bloco de Esquerda sentiu necessidade de procurar apurar junto da CCDR-N o que está de facto em causa.
Quais as reais implicações do projecto? Contrariamente ao que Manuel Martins afirmou sobre o aumento do impacto do mamarracho, e relembramos: “o que há a creditar são pequenas volumetrias”, o presidente da Câmara não acrescentou que estas “pequenas” volumetrias contemplam aumentos do edifício em altura, na sua traseira virada para o Bairro dos Ferreiros e avanços na parte frontal virada para a Av. 1.º de Maio. Outro aspecto que não foi apresentado por Manuel Martins é a intervenção que se pretende efectuar, em jeito de túnel, que consiste no afundamento da Av. 1.º de Maio e na construção de uma rotunda ao nível da rua actual em frente ao mamarracho.
Este projecto que pressupõe a alteração de Planos de Pormenor teve parecer negativo da CCDR-N uma vez que esta solução vai aumentar o volume de tráfego na zona, já de si bastante congestionada e ainda, incrementar a assimetria com o Bairro do Ferreiros e com o Parque Florestal.
Ficámos ainda a saber que o edifício tem viabilidade estrutural, não estando em causa a sua integridade, e que, segundo a CCDR-N, seria um desperdício a sua demolição total. A proposta do Bloco de diminuir a volumetria do mamarracho encontrou apoio da parte da CCDR-N.
O Bloco de Esquerda considera que esta subordinação do ordenamento e harmonia urbana aos interesses privados não pode ser vista como solução se irá resultar no surgimento de novos problemas como é o estrangulamento da rua 1.º de Maio, no aumento de pressão sobre o Parque Florestal e sobre o Bairro dos Ferreiros.
Competia pois à Câmara Municipal informar realmente os munícipes dos verdadeiros objectivos do projecto. Publicidade enganosa como a que se encontra ainda pendurada no mamarracho é que não, a população de Vila Real não merece. A pergunta que agora se impõe é: o que pretende fazer a autarquia face ao parecer emitido pela CCDR-N?
O presidente da Câmara de Vila Real tem de tirar as devidas consequências do chumbo da CCDR-N ao seu projecto despropositado para o edifício do hotel do parque. Em primeiro lugar, perceber de uma vez por todas que fazer projectos às escondidas e sem consultar os cidadãos não é garantia que passem e sejam aprovados, antes pelo contrário, como ficou demonstrado; em segundo lugar, compreender que responder com arrogância à oposição, como fez com o requerimento da deputada Alda Macedo (BE) que solicitava esclarecimentos sobre a matéria, não é sinónimo que tenha razão, antes pelo contrário, como também ficou demonstrado.
O Bloco/Vila Real exige real empenho da Câmara na resolução do grave problema do "mamarracho" do parque. Os projectos previstos no POLIS, mas nunca concretizados, devem ser respeitados. O Bloco defende a diminuição da volumetria do edifício, o seu aproveitamento para uma iniciativa de utilidade pública, tipo "Loja do Cidadão", e a requalificação do Bairro dos Ferreiros e da sua envolvente, do maior interesse patrimonial, histórico e turístico para Vila Real e para a região. A Câmara não pode continuar a bloquear uma solução, seja por incompetência ou por "deixa andar", que se arrasta há 30 anos!
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