7 de abril de 2008

100 professores de Vila Real suspendem avaliação

Os professores da Escola Secundária de S.Pedro, em Vila Real, dirigiram um documento ao Presidente do Conselho Pedagógico da escola, anunciando que "suspendem a sua participação em toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação do desempenho à luz do novo modelo de avaliação". E frisam que não estão contra a avaliação dos docentes, mas que defendem outro modelo que promova as melhores práticas pedagógicas e o sucesso escolar dos alunos.
"Enquanto as limitações, as arbitrariedades e as injustiças aqui expostas não forem corrigidas, os professores da Escola Secundária de S. Pedro, abaixo assinados, suspendem a sua participação em toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação do desempenho à luz do novo Modelo de Avaliação do Desempenho." É com esta frase que os mais de 100 professores da Escola de S.Pedro terminam o documento que dirigem ao Presidente do Conselho Pedagógico e onde abundam as críticas à política do Ministério da Educação.

Os professores sublinham que é "anti-pedagógico e contraproducente impor a autoridade por decreto, a partir de uma cegueira autocrática" e que este modelo de avaliação "desorganiza e instabiliza as escolas pelo momento em que foi instituído, pelo excesso de procedimentos burocráticos e, fundamentalmente, pelo não conhecimento atempado de todos os requisitos legais e procedimentais indispensáveis para o concretizar". Sobre isto, acrescentam ainda que "este modelo de Avaliação do Desempenho produz um sistema penalizador e não performativo de futuros desempenhos, além de que não discrimina positivamente os docentes que leccionam ou desenvolvem projectos com as turmas mais problemáticas e com maiores dificuldades de aprendizagem"

Os professores não recusam a avaliação de desempenho, mas defendem um modelo alternativo que
"seja capaz de implementar, de forma séria, diferenciações qualitativas entre as práticas docentes e de promover, verdadeiramente, o sucesso educativo, sem deixar margem para arbitrariedades, desconfianças, incertezas ou propostas minimalistas de simplificação incerta e vazia de conteúdo".

E criticam também o sistema de quotas imposto pelo Ministério: "Recusamos a rigidez e a inflexibilidade, meramente administrativas, nos critérios para a obtenção da classificação de Muito Bom ou de Excelente, penalizando o uso de direitos constitucionalmente protegidos, como ser pai/mãe, estar doente, acompanhar o processo educativo dos filhos, participar em eventos de reconhecida relevância social ou académica, acatar obrigações legais ou estar presente nos funerais de entes queridos"

1 comentários:

maria helena disse...

Hoje, parecendo ter havido acordo com os sindicatos, continua a ser urgente o debate/relexão sobre o estado do ensino, sobretudo ao nível do obrigatório, da escola até ao 9º,onde toda a sociedade se reflecte para o bem e por vezes onde se revela o pior, merecedor da dedicação e trabalho de equipas multidisciplinares que actuem no terreno e não nos gabinetes Cem mil na rua não se deveu exclusivamente à avaliação,porque essa é uma das vertentes da nossa profissão... é urgente rever currícula, avaliar reformas que os profs. melhor que ninguém sabem que não resultam e geram indisciplina.. para quê aulas de 90m na faixa etária do básico, para quê 90m de Area de Projecto, se è possível numa perspectiva de interdiscipli... e PCT, criar projectos transversais . Atribuam 45+45 à Form. Cívica, onde os alunos terão um maior espaço para debater os seus problemas com o DT e a enorme burocracia que è necessária de ser tratada desde acomunicação com a Fam´ilia, justificação de faltas, verificação de cadernetas, pouco resta para um trabalho continuado na àrea da cidadania.
E que gestão vamos ter? a autonomia neste momento è uma falácia, que vai produzir assimetrias irreparáveis, será o momento de glória para quem gosta de pequenos poderes, ou de os usar discricionáriamete. O CE não defendeu os interesses dos profs. nem dos alunos, o que realmente acautelou foi a perpetução dos seus lugares, não nos sentimos representados por esse orgão.

 
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